quarta-feira, 10 de junho de 2009

Uma inglesa no Porto - 3º Capítulo

Tinham-se passado três meses, depois de ter chegado a Portugal. Era o primeiro dia de aulas, então, levantei-me toda cheia de força para ir para uma escola pública, que ia começar a frequentar… Já tinha com­prado os manuais, os cadernos, a mochila, o estojo a condizer e obviamente o material de escrita. Tinha tudo pronto para começar as aulas.
Depois, de um banho refrescante, vesti o meu pulôver ama­relo-canário aos losangos em cores com creme e amarelo-torrado, que eu tanto tinha namorado, juntamente com as minhas calças justi­nhas creme e os meus botins castanhos. Estava vestida para arrasar. Tinha que arranjar amigos, se não endoidecia. Em seguida, ao meu pequeno-almoço (tinha-me alimentado de cereais de baixas calorias e de leite magro, pois estava outra vez de dieta), peguei na mochila e pedi ao meu pai, que me levasse, pois já estava atrasada!
Quando cheguei à escola, passei pelo portão e olhei em meu redor. A ver com o meu colégio antigo era bastante pobre, mas não me importei, pois estava lá para ter aulas e não para apreciar a arquitectura da escola! Depois, de a inspeccionar devidamente, sorri para o meu pai e fiz-lhe adeus, como que se dissesse “Podes-te ir embora. Está mais que aprovada!”. Então, ele esgueirou-se para dentro do carro e abandonou o local. Agora apenas tinha que achar a minha sala e ter as aulas. A escola era muito extensa. Tão grande que me perdi e que cheguei atrasada meia hora à primeira aula.
Quando encontrei a sala, bati à porta e pedi autorização, para entrar. A professora que estava a dar a aula, observou-me perplexa devido às horas a que tinha chegado…
- Já tens falta! – Informou-me.
- Não há problema! Posso entrar?
- Sim, não há nada que te impeça.
Então, entrei e sentei-me na única mesa vazia, que se encontrava na sala de aulas, ao lado de um tal de Oliver, que era bastante antipático e quando o saudei, me mandou dar um curva. Eu mirei-o de alto a cima, tinha uma pele extremamente branca e cabelo preto curtinho e olhos negros, parecia muitíssimo inteligente e também parecia ignorado da turma pelas suas demasiado boas notas. Parei de o observar como se viesse de uma outra galáxia, quando a professora me chamou para me apresentar e em seguida chamou o resto da turma, para se apresentar igualmente (era o primeiro dia de aulas de todos). Eu ajeitei meu tão adorado pulôver e fui até ao quadro, que já não era negro feito de xisto como no tempo dos meus pais, mas sim fabricado com um género de plástico verde. Depois de chegar, virei-me para a turma, para a contemplar pela primeira vez. A maioria estava praticamente ressonando na aula, ou por a aula ser totalmente enfadonha ou por ser a primeira hora da manhã. Alguns pousavam as cabeças em cima da mesa ou assentavam um braço por cima da mesa e encaixavam o crânio na mão que seguia ao braço. Ainda existia um rapaz que se babava, na altura e isso, podia-se ver na perfeição, onde a mesma chegava. E até mais nojento, se podia observar quando vi uma rapariga a arrancar macacos das narinas e alimentar-se deles em seguida. Fiquei bastante enojada, com tudo isto e cheguei à conclusão que tinha ficado na turma das pessoas com atrasos mentais. Tudo isto, foi estranho para mim, pois apesar de ser a menina mais gira do meu antigo colégio não era burra, como aparecem nos filmes e considerava-me bastante inteligente vendo que costumava levar sempre A+, nos testes em Inglaterra.
Isto era demais! Não estava tão desesperada para tanto… Não queria ficar naquela turma, nem morta e decidi que o ia deixar bem explícito à directora do Conselho Executivo da escola.
Quando saí daquele pesadelo de aula dirigi-me para o Conselho Executivo, para falar com a mesma sobre o assunto que tanto interesse me despertava. Quando falei das minhas notas em Inglaterra, a directora olhou-me nos olhos e comentou “Menina Caterine, posso assegurar-lhe que esta turma é a melhor em todo o liceu! É uma turma de pessoas de Q.I. de no mínimo de 150. E posso garantir-lhe que o mínimo pertence à senhora!”. Eu fiquei sem palavras! A jumenta ali naquela turma, era eu! Baixei a cabeça e esfreguei os meus dedos na minha testa e observei a directora, muito senhora do seu nariz e com uma segurança enorme naquilo que dissera anteriormente. Não podia ser… A turma que à primeira vista era de atrasados mentais, era, na verdade, de génios! Eu não queria acreditar! Eu não podia acreditar!
Abandonei o Conselho Executivo, com os olhos em chamas e completamente furiosa, não sei explicar a minha revolta… Aquilo eram pessoas demasiado especiais, para eu me conseguir integrar, em vez de falarem em compras falariam no próximo teste de Matemática ou de Físico Química… Que me interessava? Para que me servia isso? Sempre tinha tido A+, porque é que não iria ter 20V? Eu não queria falar com absolutamente ninguém! Queria estar sozinha no mundo! Que raiva! Será que ninguém me compreendia?
- Olá! – Disse-me uma rapariga toda sorridente, com a qual quase ia colidindo. Observei-a de alto acima, tinha uns olhos castanhos como o chocolate e o cabelo ondulado pelos ombros da mesma cor. Depois, virei-me para a roupa… Umas calças justas, de um ganga escuro, uma blusa cor-de-rosa com um decote pequeno e umas letras brancas, a mesma ficava-lhe bastante larga por isso, a rapariga usava um cinto na barriga para a segurar e por final uns sapatos de escalada cremes com costuras com um cor-de-rosa bebé da cor da camisola. – Olá. – Repetiu.
- Olá – retribuí.
- Tu és a rapariga que veio de Londres, não és?
- Sim, não te vi na sala hoje! Como te chamas?
- Bem, sou a Matilde. Tu faltaste à primeira aula hoje! Não me podes ter visto!
- Não é possível! Eu entrei na sala e, depois daquela aula infernal, fui ter com a directora para me mudar de turma! Aquela turma era de atrasados mentais! Eu não acredito que me enganei na sala! Sala B5! E a tua?
- B6. Foste parar à sala das pessoas com dificuldades mentais… Percebi que eras tu porque vi a tua fotografia no livro de ponto! E não necessitas de me informar com o teu nome! Sou boa a fixar coisas! – E piscou-me o olho.
Eu fiquei bastante atrapalhada. Bem, parece que afinal tudo aquilo que eu acreditava até ali, tinha ido por água abaixo.
Após, o toque, entrei na sala, sentei-me na primeira mesa que vi e esperei que a aula começasse. No compartimento, entrou uma professora bastante baixa e com uma saia verde tropa até aos pés, uma blusa branca e umas sabrinas igualmente brancas. Os seus olhos negros e os seus cabelos loiros brilhavam com a luz vinda da janela, da qual estava proximamente sentada. Iria ser esta a minha professora de Física e Química.
Sorriu e saudou-nos a todos. Esta turma parecia perfeita! Sim! Isto era o meu mundo! No entanto, já tinha uma falta para justificar e isso não era nada bom! Será que aceitariam “a discente enganou-se na sala e foi ter com uma turma, que não a dela”?! Posei a cabeça sobre a minha mão esquerda de modo a ficar virada para a professora que estava sentada no extremo direito da sala. A mesma, abriu o livro de ponto e começou a fazer a chamada e a pedir a apresentação dos alunos. Não conhecia ninguém, mas não ia ser problema, porque iria ser simpática e prestável com todos e iria ter amigos (verdadeiros) para dar e vender! Se bem, que os amigos verdadeiros não se oferecem nem vendem… Mas, continuando a conversa! Será que não conhecia mesmo ninguém? Fiquei penetrada nos meus pensamentos quando ouvi um nome: Sandro! Olhei de repente como se fosse destino e observei o Isaac… Não podia ser ele mentira-me no nome! Fiquei extremamente chateada e prometi-me a mim, mesma não lhe voltar a dirigir a palavra…
Quando saímos, o “Isaac” veio falar comigo…O mais estranho é que falo comigo como se nem me conhecesse.
- Olá, sou o Sandro. És muito gira, sabias? – E corou.
- Meu, que se passa contigo?! Num dia, Isaac noutro Sandro! Quem és tu, afinal? Eu estou extremamente… - fui interrompida, quando apareceu outro Isaac ao pé de nós… - confusa! – E olhei para os dois, como se tivesse visto Brad Pitt… De um minuto para o outro, passei de extremamente indignada, para extremamente baralhada.
- Olá, Sandro. – Disse o rapaz que tinha acabado de chegar – Já conheces a Caterine! Conheci-a no outro dia, estava perdida, coitada! Estavam a falar algo importante?
- Não, não! Nem pensar! Alguma vez?! – Soltei um riso forçado que mais se assemelhava a uma ovelha. Eles ficaram a olhar um para o outro, enquanto eu decidi “ (…) ir ver melhor a escola”, como disse e fugir deles.
- Ela confundiu-nos, não foi? – Perguntou o Isaac. E o outro anuiu.

3 comentários:

  1. Que texto estúpido! Melhora essa porcaria!

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  2. Farta de pittas como tu! Gajas como tu como eu todos os dias ao pequeno-almoço!

    Raio da miuda, pah!

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  3. olá ^^
    nao conhecia esse teu dote [da escrita] xD
    mas sabes que estou a gostar nao sabes?
    espero bem que sim u.u
    bjinhóó

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